Na década de 1990, o Brasil incentivou, divulgou e privilegiou a criação de ONGs e atuação da sociedade civil para a solução de problemas que o Estado não dava conta. A propaganda dizia que as organizações não governamentais eram mais competentes e ágeis, menos burocráticas … Parecia que todo seria resolvido. A conceituação e definição de objetivos convenceram os ingênuos.
“As ONGs têm como objetivo a promoção dos direitos econômicos e sociais, através de programas e projetos de intervenção nas comunidades mais desfavorecidas, em simultâneo com o dever da globalização responsável e solidária, através da educação para o desenvolvimento e mobilização social.”
“As ONG’s são Organismos Não-Governamentais, criados pela sociedade civil para auxiliar o Estado na consecução de seu objetivo mais importante: garantir o pleno exercício da cidadania e da democracia.”
Com a definição e aprovação da legislação, os mais atentos viram que “fazer parcerias com o governo” daria um bom lucro. Sugiram, “às pampas,” grupos preocupados com todas as mazelas do povo brasileiro. As crianças praticantes de algum esporte (a maioria corria atrás de uma bola) ficariam longe das drogas. Os alunos deveriam cantar e dançar no turno oposto que freqüentavam a escola. Os viciados e drogados começaram a receber atenção de grupos dispostos a ouvir suas frustrações e angústias. Os catadores de lixo eram organizados em cooperativas. O meio ambiente degradado sensibilizou milhares de ambientalistas. Todas muito ativas com verbas públicas fartas.
Nos últimos anos, a fiscalização e prestação de contas estão dando dor de cabeça aos responsáveis pelos convênios. Até ministros estão caindo.
E como andam as coisas por aqui?