A triste tríade não sai de cena

Faz tempo que não se consegue mudar de assunto.. Faz tempo que não dá pra finalizar uma semana de atividades e começar o descanso, o devaneio, a festa, a calmaria, o sossego sem expressar a indignação. Faz tempo que o inverno escancara o precário sistema de saúde. Faz tempo que o cidadão vive amedrontado. Mas durma-se com um barulho desses. O caos e a crise na saúde pública, os baixos índices de aprendizagem na educação e os problemas da segurança formam um trio preocupante da sociedade brasileira. Uma triste tríade.

Não é novidade que saúde e educação são bandeiras defendidas por muitos pretendentes a cargos eletivos. Nos últimos anos, a segurança pública completou a trindade. O povo sente na pele os problemas.

Embora sejam áreas bem distintas, as três sofrem da baixa remuneração dos profissionais, da precariedade da estrutura física, do deficiente aperfeiçoamento do pessoal, da falta ou manutenção de equipamentos, da falta de material para o desempenho de suas funções. Falta vontade política para priorizar a solução de problemas.

Saúde , junto com a educação e segurança, novamente é plataforma de campanha de candidatos em todos os níveis. Não raro, em época de eleição, tem-se a impressão que os munícipes estão doentes. O hospital e seu atendimento parece a única preocupação dos candidatos. Apavoram os eleitores. Prometem mudanças e mudam para pior ou apenas fazem alterações aparentes. Trocam os grupos de influência no comando de postos, plantões, internações…. A centralização dos atendimentos em alguns hospitais distantes do domicílio dos pacientes impõe uma maratona injusta. Atendimento de qualidade já é outro assunto.

Surgem alternativas. Os planos de saúde – muito caros – também não garantem atendimento imediato. Também tem fila e espera para uma consulta. Muitas vezes, os procedimentos caros acabam sobrando para a saúde pública. Geralmente, os médicos do SUS, dos planos de saúde e dos convênios são os mesmos. Como explicar a diferença de atendimento?
Resta uma esperança: atendimento particular quando se estende o tapete, os profissionais são atenciosos, todos os exames são solicitados, os melhores medicamentos são recomendados. Um detalhe: o tamanho da conta desanima ou afasta a maioria.

Os procedimentos da medicina de ponta atraem os médicos. Tratamentos e transplantes que custam muito caro são feitos sem grandes dificuldades quando há órgãos. A saúde básica, urgente, a emergência está um caos. Entre a chegada ao hospital e a internação pelo SUS vai uma maratona que inclui burocracia, carência de profissionais, exames terceirizados com agendamento, falta de leitos, interesses corporativos.

Já houve tempo em que fora instituído imposto específico e fundo especial para garantir ao cidadão o acesso à saúde. O percentual estabelecido foi descontado de todos. As movimentações financeiras não escapavam do fisco. Um fundo com dinheiro garantido se formou. Parecia a solução. E seria se não tivessem desviado os valores do destino.

Nem todo o dinheiro foi para a saúde. Foi para vários outros órgãos e serviços para cobrir o rombo do descaso, do desvio, da má gestão, do superfaturamento e outros ralos da administração pública.

Uma luz no fim do túnel aparece para o Vale do Rio Pardo: a construção de um hospital regional. Tomara que a construção e liberação do dinheiro – aproximadamente 20 milhões – sejam tão rápidos e urgentes quanto a isenção de impostos e incentivos fiscais para construção de estádios de futebol no valor de 400 milhões.
Devemos comemorar o fato de sermos sede de uma Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos? Estamos entre os países que tem dinheiro para tanto e não faz falta em outros setores? Ou a festa será para aumentar a fortuna de

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