Aprender a caminhar é um dos primeiros desafios do ser humano. Depois de adquirido o equilíbrio e a autoconfiança pomo-nos a caminho. Logo descobrimos que podemos ir longe se não desanimarmos com os inúmeros tombos.
Caminhando encontramos estradas, picadas, corredores, avenidas, ruelas, atalhos, trilhas e precisamos escolher as vias para alcançar o local escolhido.
Durante a caminhada encontramos vales, planícies, montanhas, despenhadeiros e caminhantes. Caminhantes rápidos, lerdos, ambiciosos, prepotentes, conformados, hábeis, afoitos, deslumbrados, desanimados, desiludidos, alienados, solitários, atentos, solidários, francos, humildes …
Encontramos pessoas que apenas se locomovem; outras observam e apreciam a natureza com paisagens fascinantes. Encontramos seres que arborizam vales, preservam encostas e matas ciliares, recuperam áreas devastadas, semeiam, cultivam flores e plantam jardins; outros constroem desertos.
Via de regra, todos partem para encontrar lugares maravilhosos e paraísos, o sucesso, a realização e a felicidade. Muitos aproveitam a viagem e não apenas pensam na chegada. Todos querem chegar ao topo da montanha, mas toda a felicidade pode estar na subida.
A caminhada coletiva da família, da comunidade local ou do município nos indica os caminhos escolhidos e os locais alcançados. Não raro, descobrimos que alguns atalhos – divulgados como boas vias – apenas levaram a pântanos, terras improdutivas, áreas estéreis.
Muitas vezes, as escolhas equivocadas nos fazem recomeçar a jornada, desviar de grandes obstáculos, parar um tempo para reavaliar a empreitada ou desistir e optar pelo retorno sem alcançar o ponto extremo.
Que – no início de mais um ano – a caminhada seja em busca do amor, da humildade, do aperfeiçoamento, da solidariedade e da fraternidade.