Uma conhecida fábula – contada às crianças há muitas décadas – fala do gato de nome Faro-Fino. Ele deu de fazer tal destroço na rataria duma casa velha que os sobreviventes, sem ânimo de sair das tocas, estavam a ponto de morrer de fome.
Tornando-se muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembléia para o estudo da questão. Aguardaram para isso certa noite em que Faro-Fino andava aos mios pelo telhado, fazendo sonetos à lua.
– Acho, disse um deles, que o meio de nos defendermos de Faro-Fino é lhe atarmos uma sineta no pescoço. Assim que ele se aproxima, o guizo o denuncia e pomo-nos ao fresco a tempo.
Palmas e bravos saudaram a luminosa idéia. O projeto foi aprovado com delírio. Só votou contra um rato casmurro(triste, pensativo), que pediu a palavra e disse:
– Está tudo muito direito. Mas quem vai amarrar o guizo no pescoço de Faro-Fino?
Silêncio geral. Um desculpou-se por não saber dar o nó. Outro, porque não era tolo. Todos, porque não tinham coragem. E a assembléia dissolveu-se no meio de geral consternação.
De forma semelhante, as pessoas reúnem-se para discutir problemas, analisar alternativas, construir soluções. Em nossa casa, entre os familiares, no clube ou associação, no município, há momentos em que precisamos resolver problemas, identificar entraves, agir para a melhoria da vida de muitos, vislumbrar o progresso e sucesso da comunidade.
E você? A que grupo pertence? Ao que tem idéias mirabolantes? Ao que prega utopias? É aventureiro e inconseqüente, põe em risco a segurança do grupo? É pensativo, analítico, coerente e comprometido com a vida dos outros? Você se enquadra entre os corajosos? Você aceita desafios ou prefere assistir aos outros em suas batalhas e, no final, juntar-se aos vitoriosos?