Dizer que o voto e o título de eleitor tem valor inestimável e, por isso, não se vende, se dá a alguém que inspire a nossa confiança ou tem demonstrado capacidade, competência … parece um conceito romântico, utópico ou, em outras palavras, ultrapassado.
As eleições diretas são decantadas como exercício da cidadania livre. Fala sério! Não se tem esta impressão.
O que faz um eleitor trocar obras de infra-estrutura por um abraço, uma buzinada, uma dança, um cachorro quente e refrigerante, uma visita de última hora, um “vamos esquecer o passado e olhar para o futuro,” uma carona para a cidade, um rancho de 4 em 4 anos, uma oncinha (R$ 50,00) para despesas … ?
O mais incrível é que os candidatos ganham a fidelidade do eleitor – geralmente pobre e pouco esclarecido e movido pela idéia de tirar vantagem – nas eleições.
As vezes tem-se a impressão que uma considerável fatia do eleitorado gosta de ser desprezado, mal atendido em suas necessidades básica para uma vida digna e tudo troca por ninharia. Pior que isto, sente-se contemplado ao receber “presentinhos” enquanto os grandes interesses são alimentados com a legitimização da eleição e dos eleitos para exercer os cargos, administrar órgãos públicos, gastar os recursos dos contribuintes sem uma compreensão, fiscalização e exigência de prestação de serviços conforme as necessidades e previsto em leis.
Quanto custa um voto? Quanto vale o título de eleitor?
Não é à toa que as campanhas são milionárias.