O outono da vida

Estamos em pleno outono. Estação do ano que prepara a natureza para os rigores do inverno. Também o ser humano chega à maturidade e a fragilidade se apresenta com mais realismo.

É possível fazer um comparativo da nossa vida com as estações do ano?
É bom conhecermos e vivermos de corpo e alma as estações da vida . Muito bom também colhermos flores primaveris, plantarmos rosas, alimentarmos com todas as forças os momentos que os verdes anos espalham ao nosso redor, trazendo sempre em seus convites o sabor gostoso de desafiarmos o desconhecido.
Pouco a pouco, no entanto, quase sem que pressintamos o calor, o verão vai se aproximando com nuances mais coloridas. Começamos a rever os nossos sonhos de ontem como imagens apagadas onde pouco ou raramente usávamos a razão. É quando aprendemos a caminhar com mais prudência e sensatez. .Analisamos melhor, sentimos melhor, somos mais reservados, sabemos esperar a época da colheita e muitas vezes até nos preocupamos com a chegada do outono em nossas vidas. Mas inexoravelmente, o outono chega … E vem o acréscimo de aprendizado da longa caminhada, dos muitos atalhos, dos becos sem saída. É quando olhamos para trás e vemos o quanto mudamos!

O encantamento das outras estações nos retrata fielmente que somos mestres no que aprendemos no exercício da maturidade e já não abrimos as nossas portas às fantasias…
É no outono que lutamos com muito mais garra para a concretização dos nossos sonhos porque entendemos que tudo que fizermos hoje, tem que ser consciente, isento de falsas expectativas e para todo um sempre. E tudo passa a ser eterno, mesmo que dure apenas alguns segundos, mas vivido com tamanha força que não tememos mais a aproximação do inverno. Nada mais exclui ou tenta abalar nossas convicções. Essa é a estação do outono nas nossas vidas.
A idade da liberdade de escolha, dos acertos, das novas qualidades, das verdadeiras descobertas, sem dúvidas… Mas com a certeza de conquistas verdadeiras, onde a mente não acompanha o envelhecimento do corpo, mas aprimora cada vez mais o companheirismo entre a razão e o coração.

Como você descreveria o outono em sua vida?

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