Um simples professor! Uma simples professora! Apenas uma professorinha. Acreditem. Ainda se ouvem estas expressões nos dias em que os professores estão enfrentando grandes dilemas profissionais.
O que terá acontecido para que uma profissão e as pessoas que optaram trabalhar na área da educação tenham que suportar tanto descaso? Falta profissionalismo? É puro descaso com a educação? A sociedade se acha tão auto-suficiente que não precisa mais dos mestres para encantar as crianças para a descoberta do mundo, desafiar os estudantes para o aprendizado e construir o conhecimento?
Também são notórias – através de expressões e de políticas públicas – a pouca importância, a indiferença, a pouca importância dada aos méritos, a pouca necessidade dos educadores para os dias atuais.
Um(a) simples professor(inha), muitas vezes, é advertido(a) e condenado(a) por pais e autoridades quando assume um postura firme em relação ao respeito do tempo e espaço do grupo de indivíduos da escola.
Bem mais produtivo seria, se todos pudessem lembrar-se dos educadores que souberam lançar ideias desafiadoras, assuntos polêmicos, discussões acaloradas, questões provocativas. Tudo preparado para que o aluno se tornasse o protagonista do seu sucesso, da sua vitória, das suas conquistas, do posicionamento perante questões da vida. Um cidadão autônomo para solucionar problemas pessoais e/ou coletivos.
Bem mais produtivo será quando os professores assumirem, sem tréguas, a preparação e aprimoramento de sua atuação profissional, exigirem o respeito em seu espaço de trabalho e receberem remuneração justa para uma vida digna.
Sociólogos e estudiosos dos comportamentos humanos, avanços e retrocessos dos povos, sucesso e fracasso de países asseguram que uma educação de qualidade, uma determinação comprometedora com o futuro das gerações é a melhor – provavelmente a única – alternativa para o crescimento e bem estar social de todos.
Um simples professor ou uma simples professora passaram pelas vidas e ajudaram a formação das autoridades e gestores públicos que facilitam ou atrapalham a formação do cidadão brasileiro. São presidentes, ministros, senadores, deputados, governadores, prefeitos e vereadores simplesmente.
Ainda falta os pais exigirem que seus filhos encontrem professores bem preparados e bem remunerados nas escolas em que matricularem seus filhos. Se todos procuram bons profissionais (médicos, dentistas, advogados, engenheiros …) para resolverem problemas e pagam o preço, por que não os melhores professores? Por que não os bem remunerados professores da rede pública?
Hilário Wasen
Professor de Geografia da Rede Pública e Orientador Educacional.