QUINTANA, A VIDA E O SONHO (>>PDF<<)
Octavio Paz, em O arco e a lira, diz que ‘‘poesia é conhecimento, salvação, poder; operação capaz de revelar e transformar o mundo, criar outro’’. Reflete e recria os sentimentos, a emoção, a vida. Dá asas à imaginação e aos sonhos. ‘‘É obediência às regras; criação de outras. É a voz do povo, língua dos escolhidos, palavra do solitário’’ concretizada através de palavras, rimas, ritmo, métrica.
Sob este prisma far-se-á a análise de alguns poemas da obra de Mario Quintana, poeta gaúcho, que usa todas as formas e distribui as palavras no espaço do poema. A disposição gráfica alia-se à melodia. Em atmosferas várias deixa à vista os seus temas preferenciais.
Mario Quintana ao declarar em obra sua – Lili inventa o mundo – que ‘‘a vida não basta apenas ser vivida: também precisa ser sonhada,’’ não faz referência a uma faixa etária; traz esta possibilidade para todos: crianças, jovens, adultos, idosos.
Segundo Tânia Carvalhal, esta afirmação parece resumir a sua obra: constante mudança da experiência vivida para o domínio do sonho. A poesia de Quintana é lirismo que anda no ar, o poético está disperso no mais prosaico e no mais onírico. Na rotina e no sonho, no riso e na lágrima, seus ‘‘ quintanares’’ nos vão dizendo sobre tudo aquilo que paira na superfície.
A poesia de Quintana reconstrói no poema a dualidade de uma experiência simples para disfarçar sua real complexidade. Um exemplo é a frase: ‘‘Amar é mudar a alma de casa.’’ …