Procura-se um amigo. Real. Não precisa ser exclusivo nem perfeito. Já pode ter se enganado, ter experimentado uma desilusão, acreditado numa mentira, mas, ainda assim, apostar em gente. Acreditar na amizade.
Sofisticado ou simples, jovem ou idoso, interiorano ou urbano, homem ou mulher deve cultivar o otimismo, a fé e a esperança.
Pode ter altos e baixos, entusiasmo e desalentos. Vibrar com bons momentos e com um sorriso apagar os percalços. Apreciar uma piada gostosa. Querer a festa, o jogo e a brincadeira. Crer na mudança e cantar fora do tom.
Aberto para o novo, respeitando o imutável e o perene. Compadecer-se de quem sofre, acreditar na cura e ter os olhos molhados de esperança.
Capaz de apreciar um lindo pôr de sol e noites estreladas. Fazer silêncios, ficar do lado das crianças, gostar de leitura, da brisa ao amanhecer e do perfume das flores.
Não precisa quebrar gaiolas, mas deve abrir as portas para o voo livre dos pássaros e o melodioso canto na floresta.
Ter ódio da guerra e de ser manipulado. Duvidar de algumas palavras e irritar-se quando distorcem boas intenções.
Sentir saudade dos encontros e das boas companhias. Realimentar o entusiasmo, o sorriso, a esperança, a alegria a cada amanhecer.
Ser capaz de misturar tudo isto em cada encontro e sempre abrir a porta com emoção, um aberto e incomensurável abraço feito de festa. E, apesar dos desencontros da vida, cultivar uma profunda e permanente vontade se ser amigo.