Participação feminina na política

Aproxima-se mais uma eleição e as mulheres são chamadas para assegurar a candidatura dos homens (30% x 70%). Muitos artifícios são utilizados para compor os 100% (candidatas com poucas expressão e chances de vitória são escaladas). Até podem desistir (renunciar) da candidatura depois do registro e aprovação na Justiça Eleitoral. “Colaboram com o partido e/ou coligação.” Se não forem eleitas, recebem algum cargo ou garantem um cargo para algum familiar. Garantem a eleição de candidatos escolhidos ou preferenciais para a administração.

Cada vez mais temos mulheres ocupando espaços de destaque na sociedade. Mulheres alcançam sucesso e prestígio em empresas públicas ou privadas, em grupos organizados do campo e da cidade. São empreendedoras, descobrem nichos de mercado, criam empregos e constroem carreiras vitoriosas. Até o crime organizado tem dado espaço a elas.

A participação na política não tem despertado muito as brasileiras. Algumas tornam-se famosas pela competência e capacidade de liderar homens e mulheres; muitas asseguram a presença por aceitarem papéis secundários e garantirem percentuais exigidos por lei. Liderança política é menos frequente.

Somente quem se conhece consegue liderar. Para tanto precisa conhecer as virtudes de uma líder.

Lider é aquela que decide a batalha, criando grandiosas estratégias de vitória e, então, comandando e motivando o grupo a executar seus planos. Liderança não é cargo: é atitude.

A liderança é um estado de espírito. Liderança não é força, mas é firmeza e orientação; não é comportamento, é foco. Liderança é ter empatia e compreensão, ser confiável e capaz de orientar.

Boas lideranças femininas trazem a marca da sabedoria, confiabilidade, benevolência, coragem e rigor.

A líder deve ser sábia em sua visão e dotada de competência técnica para manifestar a sabedoria. Precisa da confiança dos liderados para atuar livremente e manifestar sua visão. Ser benevolente não é servir de capacho; é irradiar energia pessoal e capacidade de aceitar opiniões diferentes. Conquista o respeito, amor e apoio dos parceiros, não se sente ameaçada ao ouvir críticas, agradece à equipe pela coragem de expressar honestamente suas opiniões, infunde senso de igualdade.

A líder capaz pensa para a frente. Se não for assim, seu trabalho logo estará ultrapassado e obsoleto. Pensar e agir exigem coragem. Fazer mudanças encontra riscos e incertezas.

A boa líder estabelece padrões rígidos para o desempenho. O padrão é claro e aplicado à risca, os liderados cumprem suas obrigações. Não distribui recompensas imerecidas. Não acomoda parceiros despreparados, incompetentes ou mal intencionados.

A boa líder planeja estratégias, transforma-as em tarefas, distribui o trabalho, supervisiona a execução e, finalmente, verifica os resultados.

Em contraposição, as mulheres também são notícia pela opressão, humilhação e violência. Muitas apostam em bundas e peitos siliconados para assegurar a sobrevivência e ascensão social.

O Brasil tem uma presidenta ( a Língua Portuguesa permite o termo) com história de luta pela democracia e destaque internacional em bons e maus momentos da economia brasileira. O RS já elegeu uma governadora, senadoras e deputadas. Em Vera Cruz tem prefeita.

Em nosso Município, quem são as mulheres líderes? Elas estão na política? As que estão no poder são lideranças? Como se explica a existência de “mulheres poderosas” na vida profissional e em casa são dependentes e submissas? São realmente líderes e poderosas? Se não são líderes, por que ocupam cargos de chefia? Aceitam o papel por se sentirem protegidas pelo escudo do poder?

O jeito masculino (machista) de fazer campanha e conquistar votos que garantem a eleição está dificultando (inibindo) a participação das mulheres. As campanhas com suas estratégias e formas para derrotar adversários políticos não cabem no jeito de agir de lideranças femininas e não aceitam pagar o preço. Outro grande problemas são as coligações sem plano de ação, administração e governo. Interessa ganhar o jogo, a disputa. Depois já é outro assunto. É pra depois e, talvez, para nunca.

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