Temos asfalto. Ouve-se com frequência esta frase. Alguns a pronunciam com euforia; outros com prudência e, em número menor, as pessoas indiferentes. E agora?
A obra reivindicada há décadas está recebendo os últimos cuidados para ser entregue e inaugurada.
A pista da estrada é estreita e perigosa. Requer um constante exercício de civilidade para a circulação de automóveis, caminhões, implementos agrícolas, ciclistas e pedestres. Prudência e obediência à sinalização.
Depois da inauguração, a existência de uma estrada asfaltada passa a mostrar a diferença que faz logo na conclusão: a limpeza da paisagem. Somem os sinais de poeira e barro decorrentes do movimento intenso de veículos e implementos agrícolas. E agora?
A partir desta data, os novos desafios e compromissos precisam ser assumidos. Por tratar-se de uma obra solidária, um financiamento contraído pelo Município – para a maior parte da obra – todos os vera-cruzenses serão chamados para ajudar no pagamento.
Para os moradores da Região Sul de Vera Cruz chegou a hora de constatar que o asfalto pode trazer melhorias e facilidades. Será uma oportunidade para cada proprietário mostrar capricho com roçadas, arborização, ajardinamento, embelezamento do trajeto e atrair visitantes para a região.
O futuro, os próximos anos, mostrará se a população – realmente – saberá unir-se em busca do progresso e justificar todo o investimento solidário.
Temos asfalto. E agora?
Agora chegou a oportunidade e necessidade de olhar com especial atenção para a educação e formação dos jovens. Vislumbrar alternativas para a diversificação porque o atual modelo econômico – centrado na monocultura do fumo – está dando sinais de exaustão. Esta preocupação é urgente para que os jovens não precisem conforma-se com a morte de seus sonhos.
Agora chegou a hora de fortalecer o planejamento, a cooperação, a busca do conhecimento para TODOS tornarem-se cidadãos autônomos, livres, capazes de escolher a sua forma de produzir. Do contrário, haverá –apenas – importadores e consumidores das ideias e produtos de outras regiões; exportadores das riquezas e enriquecimento de grupos que não têm compromisso social com os habitantes locais.
Temos asfalto. E agora? Mãos à obra!?