Administrar a emoção

Hoje, a sociedade é tão estressante e competitiva que, se não desenvolvermos habilidade para administrar a emoção, o risco de se ter uma péssima qualidade de vida é enorme. Parece que as pessoas não se dão conta e vivem em constante risco. Tem-se a impressão que a mídia e o consumismo deixa as pessoas com falta de percepção do real, da realidade.

Ficamos chocados quando jovens e adolescentes são assassinados ou são autores de chacinas. Ficamos admirados com crimes bárbaros que são justificados pelo ciúme, inveja, ganância… Ficamos surpresos quando descobrimos jovens drogados em nossas famílias. Somos surpreendidos quando pessoas ( sem distinção de idade e classe social) entram em depressão por não atingirem os objetivos pessoais e coletivos.

São sinais claros de que estas pessoas não aprenderam a administrar perdas, fracassos pessoais, amorosos, sociais, profissionais, financeiros…

Reis dominaram o mundo, mas não dominaram sua emoção. Generais venceram batalhas, mas perderam guerras no território da emoção. Foram prisioneiros da raiva, do ódio, do orgulho, da angustia (tristeza com sensação de aperto no peito). Se alguém não administrar sua emoção, será um barco sem leme, dirigido pelos elogios, aceitações, criticas, frustrações, bajulações. Se os ventos sociais forem bons, o indivíduo terá mais chances de chegar a bom termo. Se enfrentar tempestades, poderá afundar e sucumbir.

O modelo educacional das sociedades modernas está falido, pois desconhece essa lei fundamental da qualidade de vida. Os jovens são ensinados durante anos a resolver os problemas de matemática, mas não seus problemas existenciais.São ensinados a enfrentar as provas escolares, mas não as provas da vida: as rejeições, as angustias, as dificuldades, os fracassos .São ensinados a conhecer as entranhas dos átomos, mas não seu próprio ser.

Deveria se prioridade de aprendizado desde a infância que devemos e podemos administrar a emoção para contemplar o belo, libertar a criatividade, resgatar o sentido de vida, debelar o medo, dissipar a insegurança, controlar a agressividade e impulsividade. Desenvolver a mansidão, a tranquilidade, a serenidade, a bondade, a gentileza a tolerância. Superar as emoções que geram transtornos psíquicos. Muitos são marionetes do seu mau humor e estresse.

Administrar a emoção é o nosso grande direito e desafio. Direito de ser feliz, de ser livre das mágoas, de ter prazer de viver, de navegar com segurança nas turbulentas águas das relações sociais. Desafio de respeitar o outro que também busca espaço na sociedade. Reciclar as emoções que bloqueiam a inteligência e nos fazem reagir sem pensar.

Administrar as emoções em datas comemorativas deixa muita gente em pânico ou deprimido. Por que será?

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