Frequentemente, somos convidados, solicitados ou convocados para pagar, colaborar, doar, contribuir, cooperar ou participar em campanhas, promoções ou eventos com a finalidade de fazer caridade e promover a solidariedade, socorrer carentes, ajudar necessitados, amenizar dores e sofrimento.
Muitas dessas chamadas têm boa adesão porque há e sempre houve generosidade e pessoas que se doam. Pessoas que doam bens e dinheiro de forma anônima ajudam a concretizar grandes obras.
No Brasil, há algumas décadas, a idéia da privatização e terceirização da prestação de serviços acelerou o surgimento de muitas instituições, fundações, institutos, organizações não governamentais, ligas, associações, cooperativas para realizar assistência social, pesquisas sociais e ambientais, atendimento e atenção às minorias desprezadas, desassistidas e marginalizadas.
A administração pública começou a selar parcerias, contratar serviços e destinar dinheiro para realizar o atendimento aos menos favorecidos.
Esta prática favoreceu a caridade e solidariedade com o dinheiro dos outros, voluntariado com doações alheias. Fundações com incentivos fiscais foram criadas. Entidades filantrópicas isentas de alguns impostos estão cheias de dívidas ou falidas. Responsabilidade social em troca de renúncia fiscal é realidade em grandes empresas.
Há, também, institutos de pessoas ou atletas famosos que se valem de parcerias em que o poder público carrega o fardo maior e a celebridade carrega a fama e o prestígio. Campanhas locais e nacionais em que todos são pagos, astros cobram cachê e as sobras são enviadas para entidades assistenciais são divulgados.
Ultimamente, as notícias do desvio de dinheiro, as falcatruas, a falta de prestação de contas e a desconfiança têm alertado os voluntários.
Tudo porque o poder público não faz a sua parte e terceiriza a responsabilidade social.