Em tempo

Estudos, pesquisas, opiniões e estatísticas apresentam, citam, comentam, questionam, confirmam ou desmentem erros, falhas, fracassos, retrocessos ou negligência na educação brasileira. Procuram-se responsáveis ou culpados. Falta assumir responsabilidade.

No momento, ouve-se falar em sustentabilidade. De qual segmento? Educação. A partir da educação dos que são chamados de o futuro do País. Mais precisamente, os responsáveis pelos futuros cidadãos ou os cidadãos do futuro: os pais. A presença e participação efetiva da família na educação e formação da criança assegura um futuro promissor e aumenta a probabilidade de sucesso na aprendizagem e convivência social.

Se esse é um grande problema, qual é a solução? Quem precisa construir as alternativas? Quem tem a resposta?
Parece que o momento crítico na educação, ensino e aprendizagem precisa de um “pós scriptum”, um “em tempo” para explicar, esclarecer, tirar dúvidas, redirecionar e construir um novo trabalho: educação para os pais.

Na lista de tarefas destinadas aos pais que decidem ter filhos há uma série de atitudes que não podem ser terceirizadas, ou seja, eles precisam assumir a responsabilidade de educar as crianças. Precisam ensinar os filhos a aprender, cobrar responsabilidade e ações coerentes. Pais que não cobram são pais que não ensinam. Dar-lhes mais que precisam para poupá-los de angústias e sofrimentos transforma-os em desastrados e incapazes de aprender a fazer. A felicidade é conquista pessoal, esforço, trabalho, criação.

Com muita paciência e dedicação (ao outro) os pais não devem esquecer os valores mais importantes da educação sustentável: meritocracia, relação custo-benefício, aprender a aprender, religiosidade, gratidão pragmatismo, disciplina e responsabilidade. Querer que o outro (o filho) seja uma pessoa melhor, que faça melhor.

Cidadãos melhores se formam com cidadania familiar que inclui cumprimento de deveres e obrigações. Estudar é um dever. Respeitar colegas e autoridades é um dever. Não faltar às aulas e participar das atividades em sala são deveres.

Os delinquentes sociais nada mais são que os folgados familiares que praticam na sociedade os abusos que já faziam em casa.

Todo o cuidado, esforço, dedicação, trabalho e aprendizado habilitam o jovem para lidar com frustrações e escolher seus caminhos. Preparam para uma convivência saudável e relacionamento social na profissão que abraçou. Formam cidadãos que têm consciência que felicidade, sucesso e bem estar não são herança; são conquistas pessoais.

Em tempo: “os que mais precisam de educação são os pais”. Içami Tiba.

Hilário Wasen
Professor da Rede Pública Estadual

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