Segurança alimentar pode ser definida como um conjunto de normas de produção, transporte e armazenamento, assegurando características de alimento adequado ao consumo humano. E mais: segurança alimentar existe quando todas as pessoas, todo tempo, tem acesso físico e econômico para alimentação nutritiva, saudável e em quantidade suficiente para atender suas necessidades e preferências para uma vida ativa e saudável.
A segurança alimentar e suas regras são um acordo internacional, de modo que as relações entre povos possam atender as necessidades comerciais e sanitárias.
A realidade dos povos e prática da segurança alimentar, no entanto, vão além. É necessário enfatizar os aspectos do acesso e da disponibilidade em termos de suficiência, continuidade e preços estáveis e compatíveis com o poder aquisitivo da população, ressaltar a importância de qualidade, valorizar os hábitos alimentares adequados e colocar a segurança alimentar e nutricional como uma prerrogativa básica para a condição de cidadania.
Ditadores e senhores da guerra também usam alimentos como arma política, gratificando seus apoiadores enquanto nega o suprimento de alimentos para áreas que se opõem ao seu comando. Nestas condições, alimentos se tornam uma moeda em que se compra suporte e carestias se tornam uma arma para ser utilizada contra a oposição.
Fica faltando incluir, nesta definição, o aspecto da sustentabilidade ecológica, social e econômica do sistema alimentar, noção que deveria ser incorporada em todos os processos de produção.
O contrário é a insegurança na produção e no consumo dos alimentos.O grande desafio é superar as desigualdades socioeconômicas como uma forma de proporcionar à população melhores condições de vida. Mais do que garantir o acesso aos alimentos, é preciso formar uma população consciente da importância de uma alimentação apropriada, que forneça os nutrientes adequados e promova mais saúde às famílias. O caminho a ser percorrido envolve políticas públicas e iniciativas voltadas ao crescimento econômico e produção de alimentos saudáveis. Acabar com a insegurança alimentar é corrigir as distorções que geram as grandes desigualdades.
A produção dos alimentos para garantir a segurança alimentar no planeta sempre se depara diante de dificuldades com o agronegócio que produz em grande escala e pouca variedade, com a indústria e seus aditivos para conservação, com a agricultura familiar e sua capacidade de produzir qualidade e variedade, a armazenagem, o transporte, o planejamento e o comprometimento dos governos para que o povo tenha acesso à comida.