Livre-arbítrio é a crença ou doutrina filosófica que defende que a pessoa tem o poder de escolher suas ações. Tal crença foi defendida como importante para o julgamento moral por diversas autoridades religiosas e criticada por alguns filósofos.
A existência do livre-arbítrio tem sido uma questão central na história da filosofia e na história da ciência. O conceito de livre-arbítrio tem implicações religiosas, morais, psicológicas e científicas. No domínio religioso, o livre-arbítrio pode implicar que uma divindade onipotente não imponha seu poder sobre a vontade e as escolhas individuais. Em ética, o livre-arbítrio pode implicar que os indivíduos possam ser considerados moralmente responsáveis pelas suas ações. Em psicologia, ele implica que a mente controla certas ações do corpo.
Independente da definição que adotam ou compreendem, muitas pessoas explicam seu jeito de agir como livres para fazer o que quiserem sem ter que dar satisfação de seus atos a ninguém. Surge, então, a pergunta: somos tão livres assim?
O dia a dia nos mostra pessoas que desprezam, afastam, matam familiares, vizinhos ou conhecidos e dizem que têm o direito de não gostar de alguém. No entanto, diante de dificuldades econômicas e doenças, a sociedade espera que os desprezados reconsiderem, perdoem e ajudem. Esquecer o passado. Para esses, o livre-arbítrio não vale como explicação e não pode ser adotado? Frequentemente, pessoas que usam drogas lícitas ou ilícitas dizem que são livres para fazer escolhas, que são donas de suas vidas, que são livres para usá-las ou não.
No entanto, quando a dependência as torna inúteis para a convivência sadia e para o trabalho, pedem ajuda à sociedade para custear o tratamento e se dizem acometidos de “doença”.
Seguidamente, homens e mulheres, jovens ou adolescentes evocam o direito de manterem relacionamentos múltiplos. Quando nascem os filhos da irresponsabilidade e frutos da inconsequência e incoerência estão postos, os familiares e a sociedade são chamados, citados, intimados e condenados para adotá-los. Para esses o livre-arbítrio de negar-se não vale?
Diariamente, os meios de comunicação noticiam morte, sequestros, assaltos, assassinatos. Os criminosos escolheram esse jeito para adquirir bens e dinheiro. E as vítimas que não têm escolha e precisam entregar valores e vidas? Dizer-se livre ou justificar todas as ações como resultado do livre-arbítrio não é o suficiente. É preciso assumir a responsabilidade dos atos.
Parece fácil, mas nem sempre é. É preciso estar na pele para sentir. A sociedade é hipócrita e, muitas vezes, cruel com os atingidos pelos atos insanos dos defensores da total liberdade de ação. O tempo dirá e o tempo cobra o preço. Cuidemos ao julgar os outros sem o conhecimento dos fatos. É justo responder e pagar pelos erros dos que, dizendo-se livres para agir, apresentam a conta e esperam o pagamento? E o livre-arbítrio?