MEMÓRIA E HISTÓRIA

Os seres humanos distinguem-se dos demais animais, entre outras coisas, por guardar a memória do passado. Todos os povos inventaram maneiras de conservar experiências vividas. A maneira mais antiga e comum é por meio do relato oral. Com ele os mais velhos contam aos mais novos o que viram e o que ouviram. Alertam para o mal e o errado e ensinam o que julgam bom e correto. É isso que mantém os laços que unem as gerações.

Mas o homem aprendeu também a desenhar, a esculpir e a construir. Com isso deixou mais marcas da sua presença.

Com o advento da escrita, a capacidade de conservar a memória do passado ampliou-se. Mais experiências puderam ser acumuladas.

Hoje os meios de conservar a memória se multiplicaram: discos, fitas magnéticas, disquetes de computadores, vídeos, filmes . . .

Todavia, não registramos tudo o que ocorre. Seria impossível. O nosso registro é seletivo. Conservamos o que consideramos significativo e necessário, embora muitos registros ocorram por acaso. Muitos povos deixaram marcas das suas ações sem se dar conta disso.

Mas existem determinados registros que têm um significado especial: são os monumentos. Com eles pretendeu-se registrar um fato singular, comemorar um marco especial, homenagear uma personagem. Essa é uma característica essencial do monumento: a intencionalidade. A sociedade que o concebeu e construiu quis dar visibilidade ao que considerou importante. Geralmente o monumento é feito de material sólido, revelando a intenção da perpetuação.

Assim, o monumento exalta os valores da sociedade que o construiu. Mostra também o poder nela vigente. Quem conseguiu mobilizar os recursos para erguer o monumento? Mudanças bruscas de poder ou crise de valores colocam velhos monumentos no chão e fazem novos ser erguidos.

Existem monumentos que não nasceram como tal. Foram construídos para ser teatro, fortificações, templos religiosos . . . Circunstâncias políticas e culturais deram a eles o status de documentos.

A humanidade construiu e admira o Museu do Louvre e o Museu do Homem, situados em Paris, na França, onde há uma variedade enorme de objetos, deste pinturas e esculturas, armas e utensílios de todos os tempos e de todo o mundo. A Gruta de Altamira, no norte da Espanha, abriga em seu interior pinturas que retratam animais. A famosa pirâmide do faraó Queóps construída no Egito há cerca de 4.500 anos. O teatro de Epidauro localizado no Peloponeso, na Grécia, oferecia espetáculos teatrais para todas as classes sociais, inclusive os escravos. A aqueduto Le Pont du Gard construído pelos romanos para garantir o abastecimento de água para as piscinas térmicas. A famosa igreja de Santa Sofia, localizada na milenar cidade de Constantinopla, hoje Istambul, é um dos mais belos monumentos arquitetônicos do mundo.

O Brasil também construiu seus monumentos (igrejas, museus, hidrelétricas, mansões, pontes). Viajando pelo Brasil afora, nota-se que, aos poucos, são mostrados e suas histórias são divulgadas aos habitantes e turistas.

As iniciativas de pesquisar, descobrir as origens, o início, estão registradas na obra “Vera Cruz: tempo, terra e gente” e foi entregue aos vera-cruzenses no dia das comemorações do cinqüentenário de sua emancipação política (1959-2009). Depois desta data há muitas realizações e história.

A existência de monumentos e a preocupação de resgate da história que tentam preservar a memória humana revelam uma consciência de que a humanidade tem uma origem e um destino comuns.

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