A Organização Mundial da Saúde (OMS), Ministério da Saúde e Anvisa são órgãos encarregados de fiscalizar e vetar tudo o que causa doenças. Deve normatizar e aprovar produtos que promovem saúde.
Alimentos sem gordura trans. Biscoitos, bolachas e massas com menos açúcar e sal. Embutidos ( salame, mortadela, patê, salsicha) com menos gorduras e sal. Todos estes produtos foram obrigados a alterar suas fórmulas, trocar ingredientes, estampar a tabela nutricional em suas embalagens. Alertar para possíveis efeitos colaterais ou consumidores de risco. Tudo porque uma grande parte da população apresenta doenças relacionadas ao consumo excessivo destes componentes.
A Coca-cola e a Pepsi anunciaram que mudarão a fórmula – nos EUA – retirando o 4-metilimizadol do corante caramelo, em função dos problemas de saúde causados e assim, evitar o aviso de provocar câncer estampado nas embalagens. Aqui no Brasil, a fórmula segue a mesma.
Aqui na região, há um bom tempo, tem se falado, discutido, divulgado a questão da retirada de alguns aditivos dos cigarros. A indústria alega que os aditivos têm apenas o objetivo de produzir um produto mais palatável. A Anvisa argumenta que alguns deles servem para disfarçar, mascarar ou até potencializar a nicotina, provocando maior e mais rápida dependência química do usuário. Também seria a porta de entrada para adolescentes e jovens tornarem-se fumantes e/ou usuários de outras drogas.
Polêmica não falta nesta questão. É só ler e ouvir os argumentos de ambos os lados.
Uma diferença, no entanto, pode ser notada: as fabricantes de cigarros apostaram alto na presença do produtor de tabaco, alegando ser ele o grande perdedor. E surge a dúvida: aditivos do cigarro é problema da indústria ou do agricultor?
As indústrias de alimentos industrializados também precisam mudar fórmulas e retirar aditivos e não se ouve nenhum argumento que conclame os produtores de ovos, de trigo, de arroz, de carne, soja e outros.
Aqui parece que o grande perdedor é o produtor. Será que não é uma estratégia para tirar a indústria do foco principal do problema.
Sabe-se que as indústrias investem pesado em pesquisas e corpo técnico para aprimorar seus produtos, logo há conhecimento técnico e científico suficiente para que se mude a produção de matéria prima e produtos finais que não prejudiquem a saúde.
Numa roda de vizinhos, o assunto entrou em pauta. Todos tinham um palpite. Certeza poucos. Ao ser perguntado, o vovô – que dormia na sombra da carroça enquanto os pais capinavam fumo e sempre produziu tabaco – calmamente termina o chimarrão e sentencia:
– É pra fazer número e aumentar a pressão. Não é problema do colono. O plantador de fumo não manda nada. Se fossem lá os representantes das empresas, não passaria muito de uma dúzia.