Precisa-se de eleitores para a eleição municipal de 2016. Eles já estão sendo observados e assediados. Abordados para aderir a candidaturas em composições partidárias, coligações viciadas, conhecidas pela pouca eficiência em administração pública.
Procura-se um cidadão ainda capaz de revoltar-se com os abusos da classe política. Um eleitor para o qual a democracia ainda tem algum sentido. Uma pessoa para a qual a revolta mantém acesa a chama da mudança.
Precisa-se de eleitores atentos ao prometido e o executado dos eleitos em 2012, suas coligações, composições, atritos, desavenças, desencontros e acertos. Eleitores que declaram-se frustrados, decepcionados ou descontentes e querem mudar para implementar mudanças.
Precisa-se de eleitores para quem o candidato deve ter o preparo, experiência, competência e honestidade para apresentar seus projetos e propostas sem iludir o eleitor.
Precisa-se de eleitores que valorizam a grandeza de um líder tendo como base o compromisso. Honra suas promessas, respeita o cidadão, inspira orgulho e admiração. Ao ser cobrado pelo que prometeu, corresponde ao desafio.
Precisa-se de eleitores que conhecem as atribuições do Poder Executivo e do Poder Legislativo, têm a tradição de cobrança e não aceitam o ensaio sobre a cegueira social, econômica e política.
Precisa-se de eleitores que não se deixam levar pela risonha e maquiada propaganda política, sobretudo da TV e do rádio, e ainda se vendem por uma camiseta ou cesta básica, favorecimentos pessoais ou migalhas. E mesmo os sujeitos mais bem informados, por irresponsabilidade, preguiça ou sob o argumento fácil do voto de protesto, podem ceder à perversa lógica do “quanto pior melhor” e catapultar aos postos de comando personagens politicamente obscuros.
Precisa-se de eleitores atentos para que nem prefeito(a) nem vereador(a) deve comprometer a administração do município com financiamentos de campanha que, depois, serão pagos com o dinheiro do cidadão em obras e serviços superfaturados, em propinas, em favorecimentos. O prejuízo da má gestão e da desonestidade atinge os moradores, especialmente, os mais necessitados.
Enquanto o eleitor não enxergar a fundo os dirigentes pra chamá-los de seus, enquanto não cobrar o acordo assumido e responder a ele, mais uma vez, com o voto, terá o povo o líder que sua própria falta de compromisso merecer e – quando o futuro vier – cobrará de todos nós a fatura da irresponsabilidade.