Teatro

Teatro. Teatro ambiental. Teatrinho ecológico. Estas expressões começam a surgir quando são comentadas as modificações na legislação ambiental brasileira, as catástrofes climáticas, as perdas materiais e traumas humanos.

Houve – durante os anos de 2010 e 2011- um grande debate em fóruns, seminários e audiências públicas para definir mudanças na legislação, estatutos, regulamentos e normas para a preservação do meio ambiente.

As explicações e justificativas para diminuir a faixa de matas ciliares protetoras de cursos de água, fontes, rios e riachos pela metade estavam entre manifestações mais exaltadas. Muitos defenderam e mostraram-se satisfeitos com 7 metros de arborização para proteger um rio. Quanto maior for o rio maior precisa ser a faixa de proteção. Para muitos é bobagem e os campos e pastagens têm como cerca o curso da água. “pequeno agricultor tem que aproveitar a área ao máximo.”

Os grandes proprietários – chamados ruralistas – defenderam a ampliação da área de plantio, o aumento das pastagens e a limitação em 20% a área de preservação. Esta discussão já rendeu muita reportagem, muita notícia, muita polêmica. Muitos drenaram banhados e hoje estão reivindicando dinheiro a fundo perdido e auxílio das prefeituras para a construção de açudes e barragens. Sem proteção e sem matas ciliares quanto tempo vão garantir o abastecimento de água?

Os desmorronamentos, as mortes e prejuízos das últimas semanas têm reacendido as reflexões sobre tudo o que já foi aprovado. Constatou-se que as autoridades municipais, estaduais e federais, há décadas, são coniventes com ocupações irregulares de terrenos, com construções em áreas de risco.

Hoje, algumas cidades do Rio de Janeiro são exemplos de tragédias anunciadas. Agora se deram conta que não devia ter gente morando lá, que é necessário retirar os moradores e transferi-los para lugares seguros.

Para encontrar irregularidades ou falta de preocupação com a segurança de moradores não precisamos sair de nosso Município. Municípios vizinhos também apresentam problemas. Basta observar as casas penduradas nas barrancas de valetas, beiras de estrada, perto de arroios e açudes. Um detalhe cabe ressaltar: estes moradores receberam ligação de água e luz, não foram impedidos de construir nem foram encaminhados para loteamentos seguros. Já a destinação do esgoto e lixo dá pra imaginar para onde vai. E quando os cursos d’água não derem conta das enxurradas? Também já se ouvir a expressão: “nestes lugares têm famílias grandes e está cheio de votos.”

Tomara que as autoridades tenham coerência e coragem para cumprir a lei e prevenir catástrofes!

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