É impossível ignorar. A campanha eleitoral está na rua. Carros com adesivos, placas, santinhos, buzinadas, lançamento de candidaturas, comitês inaugurados (abertos e decorados), pedidos de apoio, contatos com cabos eleitorais.
Em conversas reservadas, as dicas para conseguir alguma ajuda são socializadas, a quem se dirigir para pleitear alguma vantagem é comentário. E por aí vai.
Outra questão importante é a escolha do candidato a vereador. Os partidos e coligações apresentam os nomes. O eleitor seleciona e vota. Votar em quem é a questão, pois é prática recorrente o remanejamento do vereador eleito para ocupar o cargo de secretário.
Se vereador é do legislativo e secretário municipal vai para o executivo, como isto pode dar bom resultado para a administração do município? É só avaliar as funções do vereador:
• analisar e aprovar leis ligadas à prefeitura e ao poder executivo;
• fiscalizar vários órgãos da prefeitura, além de requerer prestação de conta por parte do prefeito e seus secretários;
• votar projetos de lei;
• receber os eleitores e ouvir sugestões, críticas, reivindicações;
• promover a ligação entre eleitores da região que representa e o governo;
• elaborar e redigir projetos;
• criar leis com intuito de formar uma sociedade mais justa.
Após o licenciamento – o vereador não precisa renunciar – o executivo é a nova realidade. Lá desempenha sua função. E quando volta à Câmara, ocupa sua cadeira para fiscalizar o executivo que ele integrou?
Imagina-se que os partidos escolham seus candidatos levando em conta o perfil e a capacidade para exercer o cargo de vereador.
Supõe-se que os partidos tenham entre seus filiados o número suficiente de pessoas qualificadas para ocupar os cargos de secretário nas diferentes áreas.
Será que todo este remanejamento é para socorrer “companheiro perdedor e em dificuldade financeira”?
Pensamos nisso.!?