As contas, despesas, prejuízos, falta de repasses de dinheiro público, campanhas, pedágios, doações, balancetes e dificuldades financeiras são notícias diárias. Os jornais têm uma notícia garantida. Em todos os hospitais têm carências: falta espaço, atendimento deficiente, longas filas de espera, falta de especialista, serviço de triagem duvidoso, falta de leitos, espera por UTI, transferências e locomoções, falta de ambulâncias …
Um aspecto, no entanto, é intrigante: a dívida dos hospitais. Os números são grandes e assustadores. Os administradores – sempre atenciosos – explicam os números, apresentam relatórios e queixas. Em jornais – por força de lei – são publicados os balanços. Todos corretos porque seguem normas de contabilidade. Nem sempre compreensível nem esclarecedor para o cidadão.
Algumas pessoas atentas ou desconfiadas elaboram questionamentos, fazem perguntas procedentes. Se os prejuízos são tão grandes, por que os dirigentes não são substituídos? Quem trabalha de graça? A diretoria faz trabalho voluntário? Os funcionários e equipe técnica estão com os salários atrasados e não reclamam? Os médicos não precisam ser pagos pelos procedimentos realizados? Os fornecedores de material e equipamentos são empresas tão lucrativas que podem prover os hospitais sem pagamento? Por que os candidatos a prefeito e vereador fazem tanta questão de colar na defesa dos hospitais, se não conseguem solucionar os problemas? Por que há tanta disputa para ocupar cargos, preencher espaços e prestar serviços?
Fica difícil entender somas tão volumosas se todos continuam trabalhando, apesar do atendimento limitado, injusto ou inadequado em muitos casos. Onde está o furo? Onde está a solução ou a mágica para contornar um déficit tão grande?
Há um fato real: o cidadão brasileiro é atendido em hospitais em que a realidade não muda ou não consegue avançar em direção à solução definitiva tão esperada e necessária.
E os números do nosso Hospital Vera cruz? Para alguns as contas estão em dia e as dívidas não são problema? Como entender os comentários – contraditórios – que circulam por aí?
As entidades que compõem o conselho comunitário fizeram vistas grossas para os problemas ou não foram informadas sobre a real dimensão das dificuldades? Alguém já solicitou sindicância, auditoria ou análise das contas e atividades?
Um dia, provavelmente, precisaremos do Hospital Vera Cruz. Como será o atendimento?