Você para tudo o que está fazendo para fazer um selfie? Adora tirar uma foto em frente ao espelho da academia para mostrar o corpo malhado? Antes de sair, posta um selfie do look? E na balada ou festa faz caras e bocas com os amigos e posta no “insta e face”?
É a Síndrome do Selfie que contagiou a maioria das pessoas nas redes sociais, principalmente no Instagram e Facebook. Ou seja, faz-se um selfie na academia e se não tiver curtidas e comentários, a frustração bate. Outro exemplo: tirar uma foto do visual somente para mostrar como é estiloso e como sabe se vestir, ainda mais se a roupa for de marca.
O que se precisa entender é que esta síndrome é fortalecida com o narcisismo das pessoas nas redes sociais. Mas qual a relação entre os dois? Como as mídias sociais estão nos tornando narcisistas?
Primeiro, o transtorno de personalidade narcisista desenvolve uma preocupação da pessoa em como ela é percebida pelos outros. Os narcisistas perseguem a gratificação da vaidade e da admiração de seus próprios atributos físicos e intelectuais.
E o uso das redes sociais exacerba o narcisismo digamos que online, pois, todos querem os atos em imagens compartilhados nos canais digitais sejam notados pelas pessoas que os acompanham. Os usuários gostam que os amigos, conhecidos e usuários em geral das redes sociais notem e comentem o que fazem. Na realidade, adoram um ibope nas mídias sociais.
Síndrome selfie. Eis aí a denominação para mais uma deficiência, um desequilíbrio, uma carência do ser humano em seu complexo relacionamento social e expressão da individualidade. Selfie é autorretrato.
Alguns falam em crise de identidade e de Síndrome Selfie. Estudos da Universidade da California indicam “que a hiperconectividade e o hipernarcisismo causam extrema ansiedade e insatisfação”. Enquanto isso, o filósofo Charles Margrave Taylor defende que “estamos na era da Ética da Autenticidade, e que criamos laços comunitaristas, integrados em contextos culturais e sociais e que nos levará a identidades múltiplas, baseadas no consumo desses perfis em tempos exponenciais e na sociedade imediatista”. Segundo Durkheim, “o fato social é um produto da vida em sociedade, ou seja, a nossa organização social se dá de acordo com os contextos sociais”.
Além disso, relações de tédio e necessidade de atenção conectadas à carência criam novos parâmetros para “essa economia”. A própria hierarquia de necessidades é um produto dessa vida em sociedade, mas ao longo do tempo, novas relações começaram a surgir. Para entender melhor esses novos conceitos atrelados a nossas necessidades, desde as mais básicas às mais complexas, podemos prestar atenção ao que recebemos, curtimos e compartilhamos e constatar: as pessoas que usam esta plataforma tendem a ter personalidades mais narcisistas ou inseguras. Vários problemas podem levar à necessidade de megaexposição nas redes sociais. Entre eles, solidão, baixa autoestima, depressão e fobia social: Quem vive uma vida real, concreta, não tem tempo de postar tanto na internet.
Selfie é autorretrato.